quinta-feira, 28 de julho de 2011

Avril Lavigne leva os fãs ao delírio em São Paulo

                   


Por volta das 21h da última quarta (27), a fila de carros ainda dava voltas no Credicard Hall, em São Paulo, e uma multidão se movimentava lentamente pelo estacionamento, tentando chegar até a porta da casa de shows. Lá dentro, a ansiedade pairava no ar. Os fãs, que algumas hoars antes ainda não tinham certeza se iam conseguir ver sua musa no palco, mal conseguiam ficar parados. Jogavam bexigas para cima, balançavam seus canudos coloridos no ar e suas estrelas iluminadas de um lado para outro.
A musa, no caso, é a canadense pop-punk Avril Lavigne, que por conta da erupção do vulcão Puyehue, no sul do Chile, teve de passar horas no aeroporto de Buenos Aires, capital da Argentina, na terça (26), sem saber se ia conseguir chegar ao Brasil ou não. Mas, aos 46 do segundo tempo, ela desembarcou e conseguiu chegar a tempo do show.
Espremidos nas grades da pista comum, os super fãs Daniele, de 16 anos, Gisele, de 20, Josy, de 23, e Rafis, de 20 - moderadores da comunidade oficial da cantora no Orkut - gritavam para os felizardos da pista premium chegarem um pouco mais pra cá ou pra lá, para conseguirem ver melhor. E não tiveram dificuldades de explicar o motivo de tanto furor. "Eu amo a Avril desde 2003, nunca deixei de gostar, cresci ouvindo", conta Gisele. E por que você gosta tanto dela? "Porque me identifico com suas músicas. Suas letras são muito profundas e falam sobre tudo o que todas as meninas passam", afirmou.
Na plateia, os cabelos coloridos, casacos de couro, taxas, jeans, lápis preto embaixo dos olhos e faixas ao melhor estilo 'Eu Amo a Xuxa' bombavam. Mas, ao contrário do que se imaginava, não eram só adolescentes. Os jovens de vinte e poucos, que cresceram junto com Avril, também marcaram sua presença.  
Os relógios marcavam 22h20 quando 'Bad Reputation' começou a embalar as caixas de som, 50 minutos depois do horário programado, junto com um vídeo no telão. E, naquela hora, os gritos ensurdecedores já eram praticamente mais altos do que a música. As câmeras já estavam a postos, prontas para registrar todos os milésimos daquele momento, quando Avril chegou de mansinho, no escuro, com uma estrela verde brilhante na mão, cantando ‘Black Star’.
Passada a pequena introdução... Luzes! E todo mundo pulando com 'What The Hell'. Mais loira do que nunca, ela sorria, ia de um lado do palco para o outro, mexendo no cabelo e jogando charme, sem esconder a satisfação de estar ali. "É tão bom estar de volta ao Brasil", disse, enquanto um casaco voador caía aos seus pés. "Are you ready?".
Na sequência, a musa, de 26 anos, revive os velhos tempos com 'Sk8er Boy', e pega a guitarra para tocar 'He Wasn't' e 'I Always Get What I Want'. E faz a cabeça do público, que vai a loucura com o seu vozeirão e suas notas altas. Ela sai, mas a banda continua e alguns trechos do clipe de 'Alice', que está no longa ‘Alice no País das Maravilhas’, de Tim Burton, começam a passar no telão.
Quando volta, termina de cantar a trilha sentada no piano e já emenda com ‘When You’re Gone’. Ao fim da música, aos gritos da plateia por ‘Nobody’s Home’, ela explica o que aconteceu no dia anterior. "Ficamos muitas horas no aeroporto de Buenos Aires, sem saber se conseguiríamos chegar ou não. Fizemos tudo o que podíamos para estar aqui hoje. Só queria pedir palmas para a nossa equipe, que é incrível, sem ela, nada disso seria possível. Agora vamos tocar uma música no novo CD 'Goodbye Lullaby'".
E tocando piano cantou ‘Stop Standing’, do novo álbum que, como ela mesmo gosta de dizer, marca sua fase mais madura, com muito violão e letras autobiográficas. Depois veio a tão esperada ‘Nobody’s Home’, seguida de ‘Wish You Were Here’ e, é claro, todo mundo cantou junto. Nesse meio tempo, a diva pop-punk desceu do palco, chegou bem pertinho dos fãs que estavam na grade, cantou para eles, tirou fotos e deu muitos beijos e abraços, sempre muito carinhosa. Também foi até a área especial dos deficientes e se emocionou com eles.
A essa altura, todos já estavam se sentindo em casa, alguns sorriam, outros gritavam e lágrimas escorriam aqui e ali. Os próximos hits foram ‘Unwanted’, ‘Girlfriend’ e ‘Airplanes’, de B.O.B e Hayley Williams. Seguidas dos sucessos ‘Don’t Tell Me’, ‘Smile’ e ‘I’m With You’, que todo mundo cantou em coro. E ela, com a felicidade estampada no rosto, continuou interagindo com o público. “Ei, São Paulo, vocês estão se divertindo?’, dizia. “Nós te amamos, São Paulo. Muito obrigada!”. É o fim do primeira parte.
Depois dos longos, quase intermináveis, cinco minutos, aos gritos ensurdecedores de “Avril”, ela voltou. E, para o êxtase de seus fãs, tocou mais quatro sucessos. O primeiro foi ‘Keep Holding On’, depois vieram ‘Hot’ e ‘Push’. E mais uma vez ela fez questão de agradecer a sua equipe por todo o esforço para que o show fosse possível. “Estamos tão felizes, queríamos tanto estar aqui. Amamos vocês, Brasil. Muito obrigada por virem ao Black Star Tour”.
E como não podia deixar de ser, terminou o primeiro show de sua turnê no Brasil com o clássico dos clássicos ‘Complicated’, e o Credicard Hall veio abaixo. No fim, o lápis preto embaixo dos olhos já estava borrado de tanto choro e felicidade. Avril, em sua segunda passagem pelo Brasil, não surpreendeu, não fez grandes performances, cheias de novidades, mas sem dúvida alguma, deixou seus fãs mais do que satisfeitos, pedindo bis. 

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